Artista plástica Marianne Peretti lança livro em BSB

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Marianne Peretti em sua casa, em Olinda/PE

Marianne Peretti em sua casa, em Olinda/PE

Depois de Paris, Recife e São Paulo, é a vez de Brasília receber o lançamento do livro Marianne Peretti – A Ousadia da Invenção (B52 Desenvolvimento Cultural e Edições Sesc-SP) que detalha mais de 6 décadas de atuação da artista plástica franco-brasileira que dá nome à obra.

A Embaixada da França no Brasil realiza o lançamento do livro, que acontece no dia 8 de dezembro, num gesto de homenagem que o Embaixador da França,M. Laurent Bili, dedica a Marianne Peretti, pelas monumentais contribuições à cidade de Brasília e pelo conjunto de obras que a artista franco-brasileira realizou em mais de 6 décadas de atuação, entre França e Brasil. M. Bili foi pessoalmente prestigiar o lançamento do livro em São Paulo e formalizou o convite à artista.

A Ousadia da Invenção dedica suas 348 páginas à obra e à história de Marianne Peretti, única mulher a integrar a equipe de Oscar Niemeyer na construção de Brasília e responsável por importantes vitrais da capital federal. Entre eles destacam-se os da Catedral, do Palácio do Jaburu, Memorial JK, Câmara e Senado, entre outros. Peretti, aos 87 anos, mora em Olinda (PE) e continua produzindo cotidianamente. “Foi um convite muito gentil e elegante da parte do embaixador. De fato,irrecusável, porque desta forma poderemos lançar em Brasília e em território francês ao mesmo tempo. Isto tem a ver comigo, que sou franco-brasileira. Fiz muitas coisas em Brasília. Me sinto parte da cidade e a França está presente em tudo o que fiz no Brasil”, diz Marianne. Para a Embaixada da França no Brasil, é uma grande honra para a França ter participado, graças a Marianne Peretti, da construção da cidade mais original do século XX, e também do surgimento de um Brasil moderno e democrático.Para parafrasear o discurso de André Malrauxem Brasília,podemos acrescentar:se o vínculo que une o Brasil à França carecesse de provas, não as haveria mais evidentes que a presença da obra da Marianne Peretti nos prédios e monumentos da Capital do Brasil.

O livro contém depoimentos da própria artista, fotos e croquis de suas obras – entre murais, vitrais e esculturas – e análises de estudiosos e personalidades, assim como cartas e depoimentos inéditos de Niemeyer e do arquiteto e urbanista Lúcio Costa. Organizado por Tactiana Braga e Laurindo Pontes, a publicação conta com direção de arte de Fábio Eymael e textos do crítico de arte Jacob Klintowitz, do doutor em educação e professor de direito da FGV Joaquim Falcão, da arquiteta Sônia Marques, da pesquisadora francesa especializada em vitrais Véronique David, e do jornalista e diplomata francês Yves Lo-Pinto Serra. As fotos foram tiradas por Breno Laprovitera, Jarbas Júnior, Saulo Cruz, Robson Lemos, Michel Moch e Kadu Niemeyer, neto de Oscar Niemeyer, e buscaram ângulos para melhor revelar a força criativa da artista.

Faltava-nos uma publicação de alcance internacional sobre Marianne Peretti. Esse primeiro livro sobre sua obra vem no momento certo para tapar essa lacuna. Esperamos que permita o reconhecimento da sua obra à altura que ela merece, tanto no Brasil quanto na França e também no mundo todo.

Sua obra,inscrita numa realidade arquitetônica completamente nova com fortes obstáculos e impedimentos,extrapola limites tradicionais para buscar novas soluções face ao desafio da construção de uma cidade totalmente original.

A arte de Marianne Peretti celebra uma genuína artista inscrita numa tradição de criar dentro do caminho que ele escolhe: o da ousadia de ser ela mesma na invenção no cotidiano.Ela sabe, sobretudo,utilizar o jogo das formas simples e apuradas do desenho com a luz natural do dia e as cores originais para criar atmosferas que não só criam harmonia na arquitetura, mas revelam-na ao público.

A arte de Marianne Peretti não pode se resumir a Brasilia; ela criou também em outras cidades e sua obra tem uma dimensão excepcional, que ultrapassa largamente as fronteiras do Brasil ou da França.

 

 

Peretti e Niemeyer

A edição traz uma carta inédita de Niemeyer, em que elogia a verve de Peretti e reconhece o seu empenho no trabalho: “Vou dizer como me emocionava vê-la durante meses debruçada a desenhar os vitrais da Catedral de Brasília. Eram centenas de folhas de papel vegetal que coladas representavam um gomo da Catedral. Um trabalho que diria corresponder aos velhos tempos do Renascimento quando apoiados pelos príncipes daquela época os pintores e escultores executavam obras extraordinárias. Não acredito que mesmo naqueles velhos tempos um vitral de tal vulto tenha sido realizado”, afirma.

 

Catedral Nossa Senhora Aparecida

Sobre o processo de criação do vitral para a Catedral Nossa Senhora Aparecida, cartão postal de Brasília, Marianne conta que Niemeyer ficou insistindo por muito tempo para ela realizar a obra, mas ela fugiu o quanto pode, pelo tamanho do trabalho que teria de enfrentar, afinal os 16 raios do vitral tinham de ser desenhados um a um, à mão. Dizia sempre para ele: ‘o céu de Brasília é tão bonito, não precisa de nada mais que vidros atuais…’. Mas o arquiteto insistia com ela. Após passar por muitas dificuldades, sobretudo para encontrar no Brasil uma empresa com condições de realizar a obra, sobretudo porque eram vidro soprados um a um para atender uma obra com mais de 2 mil metros quadrados. Finalmente, um mestre artesão no Sul do país aceitou o desafio. Era uma época que no Brasil não podia importar vidros. Houve resistência de certos grupos de moradores e arquitetos da cidade e a ideia de colocar os vitrais na Catedral gerou grande polêmica, na época. A artista também enfrentou dificuldade para encontrar um espaço que tivesse o mesmo tamanho da catedral (ela desenhou tudo em tamanho natural, debruçada sobre o chão). E foi no Ginásio Nilson Nelson que ela pôde alinhar seus papéis no chão para melhor executar os trabalhos. Peretti afirma que, por conta do trabalho exaustivo, emagreceu de 3 a 4 quilos por mês e ‘ganhou’ um deslocamento na coluna, ‘uma escoliose terrível’, com a qual convive até hoje.

Sobre a Catedral, Niemeyer escreveu: Marianne Peretti é uma artista de excepcional talento. Os vitrais maravilhosos que criou para a Catedral de Brasília são comparáveis, pelo seu valor e esforço físico, às monumentais obras da Renascença. Sua preocupação invariável é inventar coisas novas, influir com seu trabalho no campo das artes plásticas. (…)E o desenho magnífico, livre, solto, coberto de coragem e fantasia”.

Segundo o jornalista e diplomata francês Yves Lo-Pinto Serra, já nos anos 1950 os desenhos de Marianne se faziam notar para a comunidade artística parisiense, chamando a atenção inclusive do pintor catalão Salvador Dalí, que foi prestigiar a primeira exposição individual da artista, na Galeria Mirador,em Paris.

O Livro Marianne Peretti – A Ousadia da Invenção conta com a Lei de Incentivo Cultural do Ministério da Cultura. Tem o patrocínio do Grupo Bancorbrás, da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), FUNDARP e do Governo do Estado de Pernambuco, da Prefeitura do Recife, do Carrefour, da Saint-Gobain, da Caixa Seguradora, da Chesf e da Caixa Econômica Federal. São apoiadores do projeto a Fundação Le Corbusier, a Fundação Oscar Niemeyer, o Centre André Chastel/Sorbonne, a Aliança Francesa do Recife, o Consulado-Geral da França no Nordeste, Embaixada da França no Brasil e o Instituto Francês, o Ministério das Relações Exteriores, a Embaixada do Brasil na França, o IAB – DF e o DOCOMOMO Brasil. Uma realização do Ministério da Cultura e Governo Federal.

A Embaixada da França abre suas portas para o evento de lançamento do livro e se engaja ao esforço de tornar a artista mais conhecida. Com o apoio do Serviço Cultural da França no Nordeste, Marianne já é reconhecida pelos especialistas do Centro André Chastel/Sorbonne, como uma grande mestra da arte vitral deste século. Tão importante como Matisse, Chagall, entre outros mestres universais que se dedicaram ao vitral.

 

Marianne Peretti

Nascida em Paris, em 1927, de mãe francesa e pai pernambucano, produziu uma obra considerável em arte integrada à arquitetura, escultura, vitrais, design de objetos e mobiliário, ilustrações de livros e desenhos. Aos 87 anos, a artista continua ativa em seu atelier de Olinda2 e tem obras no Brasil, Itália e França. Começou a trabalhar em ilustrações de livros e revistas ainda na França, onde estudou na Écoledes Arts Decoratifs e na Academie de la Grande Chaumière (Montparnasse). Sua primeira individual foi na Galeria Mirador, em Paris. No Brasil, participou da 5ª Bienal de São Paulo, obtendo prêmio com a capa do livro As palavras, de Jean-Paul Sartre. Realizou exposições individuais e coletivas em Paris, São Paulo, Recife e Rio de Janeiro. Há 30 anos mora e trabalha em Olinda, onde mantém seu ateliê.

Lista de obras da artista: Vitral no Centro de Formação de Aprendizes de Equipamentos de Eletricidade Delépine, Paris; Escultura na Praça do Espaço Cultural Le Havre, França; Mural do Museu do Carnaval, no Rio de Janeiro; Vitrais para a capela do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, no Recife; Vitrais do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), no Recife; Escultura em bronze no hall de entrada da Escola de Contas Públicas Professor Barreto Guimarães, do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco, no Recife; Vitral do Memorial da Cabanagem, em Belém do Pará. Em Brasília, seus vitrais podem ser vistos na Catedral de Brasília, Panteão da Pátria, Palácio do Jaburu, Superior Tribunal de Justiça, Câmara dos Deputados e Memorial JK.

 

FICHA TÉCNICA:

Marianne Peretti: A ousadia da invenção

Organização | Tactiana Braga e Laurindo Pontes

Edições Sesc São Paulo e B52 Desenvolvimento Cultural

ISBN: 978-85-7995-192-3

Páginas: 348 p.

Formato: 30 x 30 cm

Preço: R$ 220,00 das livrarias – Preço especial na noite do lançamento R$ 200,00

Português/francês

https://www.facebook.com/Marianneperettiaousadiadainvencao

 

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