Os designers e pesquisadores pernambucanos Sebba Cavalcante e Silvio Barreto Campello lançam na próxima quinta-feira (25), às 19h, no Orbe Coworking, o livro “Ilustração e artes gráficas – periódicos da Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco (1875 – 1939)”. Com selo da Editora Blucher, a obra pretende, em suas 120 páginas, revelar, por meio da observação da imagem, parte da memória gráfica de um rico período (1875 – 1939), atualmente esquecida entre as paredes da biblioteca. Para o livro, foram digitalizadas imagens de 43 revistas com periodicidade mensal, quinzenal ou semanal, um recorte que oferece grande diversidade de informações e amplas possibilidades de abordagem. Nas lojas, o livro poderá ser encontrado ao preço de R$ 34,00.
De acordo com Sebba, a ideia surgiu durante as pesquisas para o seu mestrado em Design pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). “A frequência das visitas e o acesso às coleções de obras raras evidenciou a magnitude do acervo pernambucano, que abrange outros arquivos, bibliotecas e institutos”, explica. Ainda segundo ele, a Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco (BPE), localizada no bairro de Santo Amaro, possui um papel fundamental para a identidade e memória do país. “A BPE é uma das mais ricas do Brasil em edições raras”, afirma Silvio Campello. Atualmente, a instituição possui um acervo estimado em 270 mil livros e 370 mil volumes periódicos, entre eles, jornais do início da imprensa local e obras do período colonial.
E a intenção do livro é, inicialmente, mostrar que Pernambuco tem um rico legado em torno das artes gráficas, possuindo relação direta com outros universos como do Design, das artes plásticas, da economia e da publicidade locais. “Completaremos 200 anos de práticas gráficas em 2017 e pouco se sabe sobre esta história no Estado”, aponta Silvio. Apesar de chegar tardiamente em Pernambuco, por volta de 1815, a prática gráfica se desenvolveu de forma relativamente rápida. Há registros de que no Estado, entre os anos de 1821 e 1830, foram lançadas 27 publicações periódicas, com um aumento crescente nas décadas seguintes. É neste cenário que novas profissões – ligadas à indústria gráfica – surgiram com força: tipógrafos, impressores, ilustradores, caricaturistas, coloristas, gravadores, capistas e clicheristas. Os artistas gráficos, como eram chamados na época, já desenvolviam uma prática muito semelhante à atribuída atualmente aos profissionais de design gráfico.
Ao longo dos seis capítulos, são pincelados diversos assuntos em torno das imagens selecionadas, como nomes de alguns dos artistas gráficos, tendências artísticas e sociais de cada época e tecnologias gráficas vigentes. Na obra são encontradas imagens de revistas dos finais do século XIX, cuja litografia se notabiliza como a tecnologia gráfica capaz de produzir imagens de grande qualidade; composições com imagem fotográfica, onde se vê como o advento da tecnologia do clichê trouxe a fotografia para dentro das páginas impressas desde a primeira década do século XX; além de uma exploração da criatividade e técnica dos profissionais de então, mostrando a diversidade de soluções entre os processos do meio gráfico e muito mais.
Para compor os títulos da publicação, foi produzida uma fonte exclusiva. A letra, intitulada Mauricéia e projetada pelo designer Matheus Barbosa, é inspirada em tipos presentes em algumas das revistas pesquisadas e pode ser conferida nos títulos e capitulares da publicação. O nome da fonte, inclusive, surgiu a partir de um desses periódicos antigos no qual o estilo tipográfico foi encontrado.
Segundo os designers, o livro não tem intenção de ser um olhar definitivo, por isso, as imagens são apresentadas apenas com pontuações sobre sua importância, contexto, origem, ano de produção e, eventualmente, autoria – nas imagens devidamente creditadas. “Durante as pesquisas, nos deparamos com uma quantidade valiosa de elementos gráficos. Imagens cujo impacto visual salta aos olhos pela beleza e variedade estética, o que demonstra a importância deste livro para a cultura gráfica e artística, ao mesmo tempo em que queremos que as pessoas tirem suas próprias impressões”, afirmam.
Este livro é mais um esforço em torno do grupo de pesquisa Memória Gráfica Brasileira. Formado em 2007, o grupo é fruto do Intercâmbio entre os programas de pós-graduação em Design da PUC-Rio, UFPE e SENAC-SP. Tem como objetivo principal identificar e analisar manifestações gráficas relacionadas à memória, sobre a paisagem urbana e a identidade das cidades do Rio de Janeiro, Recife e São Paulo, de forma comparada.
Os autores
Sebba Cavalcante – é designer, produtor cultural e pesquisador. Mestre em Design pela UFPE (2012), em sua pesquisa mapeou a trajetória do artista gráfico Manoel Bandeira (1900-1964) e sua relação com a Memória Gráfica pernambucana. Atualmente é gerente do Centro de Design do Recife, equipamento cultural vinculado à Fundação de Cultura da Prefeitura do Recife, que se dedica à promoção e articulação do Design no Município. Também concilia as pesquisas e produção de publicações sobre a memória gráfica de Pernambuco, à atividade de designer freelance.
Silvio Barreto Campello – Possui graduação em Comunicação Visual pela Universidade Federal de Pernambuco (1987); mestrado em Psicologia Cognitiva pela Universidade Federal de Pernambuco (2000); e doutorado em Typography & Graphic Communication pela University of Reading (2005). Atualmente é professor adjunto da UFPE, onde leciona e pesquisa no Bacharelado e na Pós-Graduação em Design. Tem experiência na área de Design Gráfico, atuando principalmente nos seguintes temas: Memória Gráfica, Sistemas de Atividades, Aprendizagem e Design, Artefatos Narrativos e Tipografia.
Serviço – Lançamento do livro “Ilustração e artes gráficas”
Quando: Quinta-feira, 25 de setembro
Onde: Orbe Coworking (Av. Dantas Barreto, 324, 8ª andar do Edf. Pernambuco – Recife)
Horário: 19h
Preço do livro: R$ 34,00
Contatos para imprensa:
Verbo Assessoria: 81. 3031.3351
Lula Portela: 81. 9976.6847
Anna Katia Cavalcanti: 81. 8884.9097
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