Empresas nacionais se preparam para fusões e aquisições

 Momento de crise pode ser uma ótima oportunidade para ganhar eficiência e valor de mercado

Arrumar a casa tem sido a palavra de ordem para as empresas que estão enfrentando os efeitos econômicos provocados pelo novo coronavírus. Especialistas garantem que se trata de um bom momento para aqueles que pensam em entrar num processo de fusão e aquisição (M&A). “Pode ser um excelente momento para as empresas que estão pensando em começar o processo de preparação para venda. Muitas estão usando esse momento para se ajustar, aumentar a eficiência operacional e a produtividade e otimizar práticas de governança. Todo detalhe ajuda a maximizar o valuation da empresa na hora da negociação lá na frente” diz Haim Mesel, um dos sócios da Triaxis Capital, que atua na área de Advisory para fusões e aquisições (M&A) e Gestão de Fundos de Venture Capital & Private Equity.

A Triaxis, fundada em 2012, com sede em Belo Horizonte e unidades em Recife, Florianópolis e São Paulo, já realizou dezenas de operações de compra e venda de empresas. Ainda este mês, finalizou uma grande negociação com o mega grupo canadense Constellation, que tem receita anual na casa dos US$ 3,1 bilhões, com a venda total da Kurier, lawtech brasileira, pioneira na aplicação de machine learning e modelos preditivos associados aos dados da justiça do Brasil, com cerca de 250 milhões de processos em seu banco de dados e com uma base de mais de 1700 clientes de seus softwares jurídicos.

Mesel explica que a transação da Kurier teve início há cerca de três anos e que terminou gerando um ótimo resultado para todos os envolvidos. Os sócios, que atingiram o objetivo de vender 100% do negócio; a empresa, que agora fará parte de um grande grupo internacional; e para o comprador, que adquiriu uma operação sólida e com boas perspectivas de ampliação de mercado. “Essa transação foi concluída agora, no meio da crise, o que demonstra que, embora existam problemas na economia, as operações de M&A não estão paradas. Pelo contrário”, diz o consultor.

“Em momentos difíceis, como o que estamos passando, as operações de M&A podem ser usadas com vários objetivos. Para empresas atingidas pela crise, uma operação de M&A pode ser realizada no intuito de resgatar essas empresas em situações de fragilidade buscando sinergias com outras empresas e grupos para enfrentar o período de recessão, por meio de uma venda ou de uma fusão. Por outro lado, as empresas que sairão da crise fortalecidas poderão aproveitar a “queda” nos valores dos ativos (ou das empresas alvo) na pandemia para fazer aquisições e crescer de forma inorgânica”, afirma.  Dessa forma, podem surgir boas oportunidades para venda, fusões ou aquisições. Atualmente, no portfólio da Triaxis, vários projetos estão em andamento e alguns negócios devem ser fechados nos próximos meses.

“Assim como a Constellation, Holding com centenas de empresas de software, existem vários fundos estrangeiros focados em empresas brasileiras de vários setores, tais como: tecnologia, saúde, educação, energia renovável etc. Um atrativo adicional para os investidores externos é o dólar acima de R$ 5, que faz com que as empresas nacionais estejam mais baratas”.

www.triaxiscapital.com

 

Entenda melhor o processo de M&A

Negociação é bastante complexa e pode durar vários meses

Fusões e aquisições não são novidades no mundo dos negócios, mas o processo, conhecido também como M&A (Mergers & Acquisitions), vem ganhando fôlego no País com o surgimento de empresas especializadas em identificar oportunidades para quem está vendendo e pra quem está comprando. Haim Mesel, da Triaxis, ressalta que uma operação de M&A não ocorre da noite para o dia, que o processo pode durar cerca de um ano e que envolve vários passos.

“Quando assessoramos uma empresa em um processo de M&A, nós cumprimos uma série de etapas. Primeiro, resumidamente, identificamos os objetivos dos sócios da empresa que quer ser negociada. Nos aprofundamos na gestão da empresa, de olho na sua estruturação financeira e administrativa e ajudamos na preparação da empresa para a operação (seja uma fusão, aquisição ou incorporação), sempre atentos para a maximização de valor para nosso cliente. Então, realizamos a avaliação da empresa (valuation), confeccionamos um memorando de oferta contendo as informações detalhadas da companhia e vamos ao mercado em busca dos potenciais investidores ou compradores. Ainda assessoramos toda a tramitação do processo de venda e formulação do contrato”.

Especialistas no setor acreditam que esse pode ser um bom momento para as empresas iniciarem sua preparação visando uma operação de M&A em 2021, quando a economia estiver voltando ao patamar normal de operação. Empresas de médio porte também podem pensar na possibilidade de uma fusão, mas em todos os casos, o apoio de um advisor (assessor) é essencial no processo, já que mantém o foco dos empreendedores na operação da empresa e ajudam a maximizar o valor da transação.

Grupo canadense compra 100% de uma das principais lawtechs do Brasil

Empresário explica como foi o processo de aquisição da Kurier Tecnologia

Fundada em 2009, a Kurier Tecnologia é pioneira na aplicação de machine learning e modelos preditivos associados aos dados da justiça do Brasil e tem números que impressionam. São mais de 1700 clientes que utilizam seus softwares jurídicos e seu banco de dados com mais de 250 milhões de processos, 200 mil novos processos atualizados diariamente e uma média de 4,5 milhões informações sobre andamento de processos entregues mensalmente com taxa de 99,9% de precisão. Some-se a isso toda uma base tecnológica por trás para dar conta de processar esses dados. A base de dados e softwares são consumidos por escritórios de advocacia, departamentos jurídicos e empresas de análise de risco.

Com todo esse potencial, há menos de 15 dias, foi oficializada a venda total da empresa para a Vela Software, uma divisão do grupo canadense, Constellation Software Inc. Todo o processo de venda contou com a assessoria da Triaxis Capital.

Salvatore Bruno, CEO da Kurier, explica que o processo todo começou ainda em 2017 quando os sócios viam o mercado de lawtechs cada dia mais pulverizado. Foi então que pensaram em participar de um processo de consolidação de mercado. Daí em diante começaram a conversar com alguns advisors, especialistas em M&A.

“A conversa evoluiu com a Triaxis. Já conhecia Haim Mesel, que tem uma ótima relação com o Porto Digital (de onde nós surgimos) e o fato da Triaxis ter um portfólio interessante e de também estarem presentes em Recife, Belo Horizonte, Florianópolis e São Paulo, onde acontecem os grandes negócios, foram dois pontos decisivos”.

Ele explica que assim que o martelo foi batido com a Triaxis, foi dado início ao processo de estruturação da empresa para a venda. Começaram a analisar detalhadamente informações da empresa e a sugerir ações e ajustes visando a maximização do valor. Em paralelo à preparação, fizeram o valuation (avaliação) da empresa, o material de apresentação ao mercado e o mapeamento de potenciais compradores. Depois disso, executivos da Triaxis foram a campo e mais de 80 possíveis compradores foram contactados.

“Foi um período bem intenso. Estamos falando de muitos contatos, muitas conversas e propostas das mais distintas. Sem o advisor do lado, orientando e fazendo a triagem, não seria nada fácil”, comenta Salvatore Bruno.

E esse período de preparação e conversas durou até novembro do ano passado quando a Vela apresentou sua proposta e começaram a negociar os detalhes da operação.

Salvatore explica. “Não é só arranjar um comprador. Um advisor ativo é fundamental no M&A, pois não se trata de um processo simples. Mesmo que você receba uma proposta que pareça interessante, a ajuda de um advisor é prudente e essencial do começo ao final com a assinatura do contrato de compra e venda”.

Ele ressalta ainda que o pós venda tem que ser muito bem amarrado, já que tem que ser positivo para quem vende, para quem compra e para a empresa. No caso da Kurier, a diretoria continua a mesma com Salvatore como CEO, Fred Ferraz, diretor comercial, Leandro Torres, diretor de tecnologia de dados, e Sérgio Brasil, como diretor da área de sistemas. Todos os outros gestores e os mais de 150 colaboradores continuam na empresa.

Com todo o suporte e network de uma gigante como a Constellation, a ideia é de ampliar a participação no mercado nacional e crescer, apesar da recessão, 30% só no ano que vem. “Pro mercado de tecnologia brasileiro esta foi uma notícia muito positiva. Mais uma prova do amadurecimento do nosso mercado de TI”, finaliza.

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