Curta Porto divulga nomes dos filmes selecionados

Acabam de ser divulgados os títulos dos 30 curtas-metragens selecionados para a mostra competitiva da primeira edição do festival Curta Porto, que acontece na praia de Porto de Galinhas, em Ipojuca, de 09 a 11 de julho. No seu ano de estreia, o festival recebeu nada menos que 160 inscrições de filmes de todos os cantos do Brasil. Os selecionados irão concorrer nas categorias nacional, infanto-juvenil e pernambucano. Com os filmes, a ideia dos produtores é mostrar ao público um panorama atual da produção cinematográfica do país.

Na praia - Os melhores filmes de cada categoria serão escolhidos por um júri de profissionais do cinema, composto por diretores e produtores, e por um júri popular, formado por professores da rede pública de ensino. Além da mostra de filmes (quase na beira da praia de um dos recantos mais paradisíacos do país), o evento, que conta com incentivo do Funcultura, do Governo do Estado e da Prefeitura de Ipojuca, ainda oferece mostra nas escolas públicas em localidades mais afastadas, debates e oficinas de iniciação ao audiovisual e incentivo ao cineclubismo. Toda a programação é gratuita e aberta ao público.

“Tivemos uma grata surpresa ao receber 160 inscrições para esta nossa primeira edição. Prova de que a produção nacional de curtas está indo bem e de que festivais descentralizados como este são muito importantes, tanto para os realizadores, atores e técnicos, quanto para o público que, de outra forma, dificilmente teria acesso a estes trabalhos”, diz a professora e cineasta Alice Gouveia, responsável pela curadoria do evento. Os filmes vencedores da mostra competitiva receberão um troféu criado pelo artista Carcará, um dos mais prestigiados do município de Ipojuca. É dele, inclusive, a autoria das esculturas de galinhas que encantam os turistas de Porto.

Cabeça Papelão. Divulgação

De acordo com Alice Gouveia, a programação deste ano traz para o público um panorama amplo da recente produção cinematográfica do país, contemplando obras produzidas entre 2011 e 2015. “Para selecionar os curtas, levamos em consideração a diversidade da população nativa do município e a população flutuante de turistas. A ideia é atender a todos”, explica.

Nas escolas - A organização do festival também quer formar público e começou a percorrer este mês, no dia 9 de junho, várias localidades do município, que já é o terceiro em arrecadação de impostos, mas que não dispõe de salas de cinema. Os distritos de Ipojuca (sede), Nossa Senhora do Ó e Camela já estão recebendo a mostra itinerante dos filmes que estão inscritos no Curta Porto. Assim, serão seis dias de exibição na rua e dez em escolas.

O diretor de produção do Curta Porto, Mauro Lira, ressalta a importância da mostra itinerante para a população e, especialmente, para as crianças, já que muitas vezes é este tipo de ação que promove o primeiro contato entre os pequenos e o cinema. “Pernambuco só tem dez cidades com salas de exibição. Nossa ideia é ajudar a democratizar o acesso dessas crianças ao que existe de mais novo no cinema nacional e, com isso, começarmos a formar novos olhares”, explica Lira.

As exibições da mostra nas escolas, que tem parceria com o Criancine, festival voltado para o público infantil que na última edição, em 2015, exibiu para mais de 10 mil crianças, vai contar com a presença de realizadores como Manoel Dias, diretor do filme “Quando eu Crescer”, que traz como tema o bullying. “Ele vai debater o tema com as crianças após a exibição falando de cinema, mas abordando também assuntos importantes no cotidiano deles. Este ano passaremos por dez escolas, o que significa centenas de alunos beneficiados. A responsabilidade é grande”, explica Marcos Medeiros, produtor do Curta Porto. Ele ainda acrescenta que após as mostras há uma conversa com professores e alunos sobre a possibilidade de implantação de cineclubes nos colégios, tornando a atividade mais perene no município.

Bajado. Divulgação

Além de movimentar o circuito cultural e artístico de Ipojuca, o evento ainda promete trazer benefícios para a economia e o turismo do município. Uma das ações inclui a realização de um festival gastronômico na praia de Porto de Galinhas, com a participação de diversos bares e restaurantes, além de hotéis e pousadas. O circuito ainda contempla um roteiro com sugestões de atividades e passeios com o apoio do projeto Taxi Cultural, um pacote especial de transporte que levará para o Curta Porto pessoas de todo o país que queiram participar do evento.

Oficinas gratuitas durante o festival

As oficinas audiovisuais oferecidas pelo Curta Porto já estão definidas. Um dos cursos é o Formação do Olhar, ministrado por Alice Gouveia, uma semana antes da mostra competitiva, e voltado para professores, diretores, técnicos e analistas educacionais, que também comporão o júri popular do evento.A ideia da oficina é iniciar um diálogo sobre o papel do cinema e dos espectadores, estimulando os participantes a entender os filmes como construtores de memórias, afetos e olhares. “Queremos despertar a necessidade das escolas em criar cineclubes e exibir filmes regularmente, além de estimular o uso do cinema como ferramenta pedagógica”, diz Alice.

Outro curso é o de Mídias Móveis, que traz como professor o cineasta Marlom Meirelles. A oficina, que tem como público pessoas interessadas em produção de conteúdos audiovisuais, tem a tarefa de mostrar que é possível transformar ideias em filmes fazendo uso apenas de mídias móveis para a produção de conteúdo. “A ideia é permitir que alunos, após o término das aulas, possam produzir filmes com recursos próprios, observando as possibilidades de abordagem, diferentes dispositivos e processos de trabalho”, diz Marlom, ressaltando que durante as aulas serão produzidos curtas-metragens de ficção, documentário ou experimental. “Estes filmes também serão exibidos no último dia do Festival, na Praça das Esculturas, além de ficarem disponíveis no nosso site durante todo o ano”, ressalta Lira.

Cancha. Divulgação

O terceiro e último curso é o de Cineclubismo, ministrado por Yanara Galvão, presidente da Federação Pernambucana de Cineclubes (FEPEC), e também voltado para pessoas que tenham interesse em produção de conteúdos audiovisuais. Nele, a ideia é possibilitar a reflexão do papel da imagem no mundo contemporâneo, sua produção e registro, despertando o olhar consciente e critico do cidadão. “Vamos trabalhar o conteúdo cinematográfico sob o viés da formação cineclubista, incentivando a formação de novos olhares a partir de uma visão coletiva e democrática”, explica.

As inscrições para os cursos, que são gratuitos, já estão abertas e devem ser realizadas nas Secretarias de Cultura, em Porto de Galinhas, e de Educação, em Ipojuca.

Mais Informações:

http://www.curtaporto.com.br/

http://www.facebook.com/curtaporto2015

Equipe

Marco Medeiros – Produtor
Mauro Lira – Coordenador de Produção
Alice Gouveia – Curadora e Ministrante da Oficina de Formação do Olhar
Rosinha Assis – Produção
Manu Dias – Produção
Carla Francine – Júri Oficial
Antônio Carrilho – Júri Oficial
Alexandre Soares – Júri Oficial
Lula Portela – Assessor de Imprensa
Marlom Meirelles – Ministrante da Oficina Mídias Móveis
Yanara Galvão – Ministrante da Oficina de Cineclubismo
Malu Pedrosa – Desenvolvimento de Site
Carlos Varejão – Designer Gráfico
Flávio Emanuel – Monitoria de Oficina de Formação do Olhar
Osman Assis – Soud Designer
Rebeca Monteiro – Social Mídia